Ninguém dá a mínima pro Grammy, mas inexplicavelmente, no dia seguinte, não se falava de outra coisa. É a mágica das premiações. Numa edição histórica dominada por mulheres, Taylor Swift superou os recordes de Frank Sinatra, Stevie Wonder e Paul Simon e venceu a categoria de álbum do ano por ‘Midnights’, uma vitória que não foi exatamente um consenso, mas fazia sentido, e aproveitou pra anunciar o lançamento de seu novo álbum, The Tortured Poets Department, em abril desse ano.
No dia seguinte, saímos de nossas tocas como ratinhos e cochichamos, como se as paredes tivessem ouvido e qualquer questionamento, por menor que fosse, pudesse quebrar o pacto de sororidade e redenção que vivemos meses antes na Eras Tour. A conversa se repetiu algumas vezes, com pessoas diferentes: Eu tô feliz, mas não é o melhor álbum, a Lana merecia mais (ou a Miley merecia mais), eu não sei, não ouvi, mas não se falou de outra coisa, né? E o disco novo, hein?
Minha colega, swiftie mais devota que eu, pergunta hesitante: como essa mulher arranja tempo pra fazer tanta coisa?
Eu respiro aliviada, mas meio triste. Estou exausta.